Friday 16 October 2009

Cinzas Escritas...

Não sei o que se passou, não sei o que se passava, não sei o que se passará…
Tirei-o do bolso, prateado, cromado, brilhava com o reflexo do luar. Tão pequeno e pode causar tantos problemas, ou ser a solução para outros… Abri a sua pequena tampa, fez um click característico, rodei a pequena pedra, que fez as faiscas saltarem por todo o lado. O pavio acendeu o leve cheiro do combustível a arder surgiu e fez se luz…
A chama ondulava conforme as leves brisas do ar ou da minha respiração lhe tocavam. Passei os dedos pela chama tempo suficiente para sentir o calor sem me queimar. Esta chama que pode ajudar a aquecer as mãos e o espírito ou causar a destruição de florestas inteiras…
Fechei a tampa e a luz apagou-se com um click…
Tirei um pequeno rectângulo preto do bolso, tiro o elástico que mantém as suas paginas presas. Puxo da caneta e escrevo o que penso, o que me passa na mente, escrevo sobre ti, sobre a tua beleza, sobre o que sinto e o que não sinto quando estás comigo… Sobre o que não sei descrever, as fantásticas e horríveis, as belíssimas e detestáveis experiências que me fazes sentir, que por muitos adjectivos, bons ou maus, simplesmente não há como descrever. Como descrever o que não existe e que temos em nós, o que nos move enquanto estamos parados?
Vejo-te a chegar pela escuridão, arranco a página do caderno, faço click e a pagina voa ao sabor da leve brisa iluminando por onde passa destruindo o que escrevi, criando cinzas do que serei…
E com outro click desaparecemos na escuridão que é o dia que nasce e a noite que morre, o por do sol com o levantar das estrelas…

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